O Passado (Parte 1)...

Por: Elionai Dutra

"Quando abri o Livro de minha vida, encontrei escavações inacabadas e de um jeito profundo conheci o medo. O medo, não de lutar na busca, mas de enfrentar o encontro final. Ao entrar em uma sala de investigação, os temores me sobrevieram de modo a lançar todos os pesadelos contidos em mim.

Um dos "alguém" que estava me interrogando levantou de súbito empunhando uma arma em minha direção; fiquei apavorado, comecei a ter calafrios, nunca havia pensado neste momento, a dor começou antes de ser atirado o primeiro projétil. 

Este alguém não me mostrou quem era, apenas fez perguntas difíceis, inconstantes e sofridas. Não me calei perante este alguém, as minhas aspirações de valores havia se extinguido, mas não me calei; disse todas as palavras guardadas no tempo, repassadas na vida e vividas no sofrimento. Aquele que me perguntava também declamava seus pormenores de intolerância.

Os outros se aquietavam, pois detinham respeito e cumplicidade, na forma de pensar e de encarar aquela investigação. 

Alguém não demonstrou hesitação em me comprometer na dor das questões, estava predestinado a matar-me. Matar minhas esperanças, acabar e destruir minhas aspirações. O foco de tensão mudou para meu viver; então, ouviu-se um barulho na porta da sala. Um dos cúmplices foi atender, mas quando chegou, a porta já estava aberta. Alguém preparou a arma para atirar e disse-me:

---"Agora já não é mais o futuro, mas tu és meu passado." - Disse, quando um de seus cúmplices lhe trouxe uma notícia e só por ver o seu semblante não negava algo ruim.

Uma noite inacabada, de fato, mas ainda aquele alguém apontava a arma para mim. Neste ìnterim, alguém ordena para que seu parceiro leve-me à uma outra sala, mas esta não parece ser de investigação, todavia tem aparência rústica e, conforme o tempo, dissolvida em síndrome psicológica, característico daquele alguém.

O parceiro colocou-me em uma cadeira mal-acabada e esmaecida, no centro da sala; agora já não entendia: "Por que alguém disse aquilo?" Não esperava as palavras ásperas e duvidosas, mas um castigo injustificável , pelo que eu encontrava-me inerme, vazio e medonho.

Logo após minhas indagações, alguém entra na sala e diz:

---"Esta sala foi esquadrinhada para você. Chama-se Passado."




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