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Lacres!

o lacre é símbolo do que é privado, meio óbvio isso, quando você acaba de receber uma carta. alguns lacres que você encontra por aí são falsos, é claro. mas eles servem de alguma forma. servem? sim, digo ser útil, coisa que também buscamos. o lacre já se transformou em símbolo de revolução ideológica da privacidade. basta você comprar qualquer coisa que precisa que seja conservado. você verá que só é segura e confiável a embalagem que estiver com o lacre intacto. aliás ser intacto também é desejo humano. desde os primórdios de sua existência (ou desde o início; como queira. primórdios dá uma ideia mais clara de história, sei lá). posso estar "lacrando" aqui alguma ideia de origem da vida, mas quero que você pense sobre isso. eu sou adepto da ideia de que nós, ao mudarmos nossa natureza, mudamos também a natureza das coisas que estão ao nosso alcance. óbvio que só mudamos o que nos convém; o que de fato nos importa. hoje o que nos importa é sermos intactos. religios

Uma nota louca... Só isso!

Não sei se estou enlouquecendo, mas tenho a impressão de que o mundo (digo o geral do que se pensa como mundo) conspira a favor daqueles que não estão "nem aí pra nada". Posso cair no lugar-comum das coisas fáceis de deduzir, como o fato de saber que a corrupção é tão latente quanto um menino que irá roubar alguma bolsa no centro de São Paulo? Sim, eu posso. E estou escrevendo justamente pra falar desta obviedade - louca, anormal -  que é dos que nem sequer se preocupam com o outro que está logo ao lado! Devo dizer que o outro é composto particularmente das mesmas funções que o outro. O outro Eu que circula nas ruas e avenidas de toda esta metrópole - gigante! Pois é, o mundo tão gigante parece mais favorável para as facilidades de quem busca o prazer próprio (não tem nada a ver com felicidade, rapaz!), a casa própria mais fácil de se arrumar, afinal, no Brasil, o que menos temos é uma coisa chamada Burocracia - herdada também pelos europeus, embora aqui tenha feito povoamen

Glo(bra)lizado

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É um tal de "empurrar com a barriga", de mentir pra povo ver, de se escorar na mentira. Sanguessugas das águas suburbanas, medrosas e medonhas. Sugam o pleito, eleito às escondidas. Relaxo nacional! O que valerá mais? A imposição internacional? Rumores de dívidas Rumos tomados sem precaução Nem deliberação. De um povo heroico faltou a retumba, que tomaram de um jeito estoico. Tomaram o poder Eleito? Não, "glo(bra)lizado". Elionai Dutra Poemas

(Metrô) Pólis

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Dê-me verbos que voam para minha lida metropolitana e notas que soam a cantiga napolitana Que vencer é abstrato demais para nervos e coração Que felicidade é ilusão demais para se fazer solução Pois a vida é feita mais de vida de direitos básicos que de massa obedecida pra satisfazer lucros máximos Sei que é muito pedir poesia mas do pouco que a alegria instaurou na criança acabo por acreditar; haverá esperança? Elionai Dutra Poemas *Imagem: Metrô

Pés de moleque

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Um doce de abóbora, por favor! Para os meninos, para ciganos de esquina. Guarda-sóis aos que buscam mãos do destino, é desatino este torpor. Guarda-chuvas azul-piscina para tempestade... Para! Sapatos vermelho-escuros pois o asfalto já sangra de medo e crueldade é piso escuro-rubro. Doces à geração amarga! Não, não bata com cintos azul-marinho. Não há cor que aguente tais surras ao menino. Mulas com cabeça, apenas (ab) surdos! Não ouvem os pés de esperança ao cruzarem idas. Dormem vidas, doces, pés de moleque, partidas! Perdoem homens surdos-mudos. Elionai Dutra Poemas *Imagem: Anjos da rua

Dia e Noite

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A noite não resiste ao se encontrar com a manhã Ela, perdidamente apaixonada Deixa de ser escuridão e torna-se dia. O dia, por mais belo e reluzente que é Deixa de ser luz e torna-se escuridão Assim, dia e noite se encontram e se devoram Apaixonadamente... Por: Adriano Alves *Imagem: Sol e Lua

Arte Reside

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A arte não me pertence Pertenço ao próprio apreciar Próprio que não há Que em mim apenas adentre Pois escrever é mais que criar no papel É revelar o que não está escrito Lembrar é redesenhar o céu É dizer a si o que poderia ser dito Cantar é as notas achar É procurar as notas que ainda não existem Dramatizar é mais que encenar É fazer da cena lugar onde os sonhos residem Residir é um verbo que o João-de-barro desenhou Lá em cima, nas árvores Cantando, uma morada esboçou Pra acolher seus amores Elionai Dutra Poemas *Imagem: João-de-barro