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Pés de moleque

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Um doce de abóbora, por favor! Para os meninos, para ciganos de esquina. Guarda-sóis aos que buscam mãos do destino, é desatino este torpor. Guarda-chuvas azul-piscina para tempestade... Para! Sapatos vermelho-escuros pois o asfalto já sangra de medo e crueldade é piso escuro-rubro. Doces à geração amarga! Não, não bata com cintos azul-marinho. Não há cor que aguente tais surras ao menino. Mulas com cabeça, apenas (ab) surdos! Não ouvem os pés de esperança ao cruzarem idas. Dormem vidas, doces, pés de moleque, partidas! Perdoem homens surdos-mudos. Elionai Dutra Poemas *Imagem: Anjos da rua