Dilúvio de Letras

Texto Por: Elionai Dutra

"É melhor o mar de contos, do que o mar bravio e impetuoso. O Mar de Contos fala à nossa alma, o mar bravio e impetuoso cala-nos pelo medo de ouvir."

"A maestria das Letras está na composição do "eu". Se as Letras bastarem para a vida, o "eu" desvanece e perde a essência. Se a Letra disser por si mesma, o "eu" se torna excêntrico e fiel; mas se a Letra abraçar o "eu", tudo se compõe, nada se perde."

"Nasce uma Letra...goteja-se verbos e palavras frígidas...
O telhado está com goteiras, escorrem e inundam a casa ...
As estacas se quebram, as escoras desfazem-se, rumor de tempestade súbita e arrebatadora...
Força que fustiga com golpes insolentes, transbordam em gotas no quintal da vida...

Não há vazio na casa, o ar que outrora impedia os movimentos frios, agora é tragado como uma presa solitária...
Quebra-se as proteções da casa, o telhado já não existe...somente um transbordar de Letras, uma tempestade casta...

O temporal vai se afastando da casa, acalma-se em brisas leves...
Vejo alguém despertar daquele arrebatamento, tal como amando sua experiência, guardando as Letras e reconstruindo seu viver...


Lança um pombo...ele volta e traz um conhecer livre da vida após o temporal; tem em seu bico uma rosa encharcada pela tempestade ...Solta os botões da bela flor, onde está escrito no seu interior: "Tu és um Poeta".

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